Viagem de férias a Caverna do Diabo, Serra do Rio do Rastro e Urubici.
- Luiz Afonso
- 1 de ago. de 2017
- 17 min de leitura
Atualizado: 30 de out. de 2020

Eu já havia visitado a Serra do Rio do Rastro há dois anos atrás, em um feriado de carnaval. Quando passei no local havia muita neblina e não foi possível contemplar a paisagem que idealizei para tirar fotos e curtir.
Programei um passeio de volta a região da serra catarinense, desta vez com uma boa preparação, com antecipação de uma semana. A idéia era partir na segunda-feira, dia 17 de julho, com retorno na sexta ou sábado. Observando o caminho a percorrer, pensei em aproveitar e conhecer mais um ponto turístico, bastava apenas ter tempo para ir. O local seria a Caverna do Diabo, em Eldorado, SP.




Fiz o planejamento levando em consideração o clima (bastante frio nessa época) na Serra Catarinense. Primeiro parti para a condição da T-Max, onde eu já havia encomendado pela internet dois pneus novos, onde os mesmos chegaram durante a semana do planejamento. Verifiquei que o óleo expirava em 2000 km e a viagem seria em torno de 3mil km. Resolvi trocar o óleo para não ter essa preocupação de manutenção durante a viagem.
A correia do CVT da T-Max estava já fazendo algum barulhinho (assoviando), pois a troca da mesma pelo manual aconteceria com 20 mil km (depois percebi que o barulho não era da correia do CVT e sim da correia de aramida que traciona a roda traseira). A T-Max já estava com 41mil e eu não havia trocado tal componente. Notei que a tal correia era bem robusta e que apesar do pequeno barulho não havia sintomas de perda de potência ou alguma anormalidade além do barulho do grilo que me acompanhou durante toda a viagem.

Comprei segunda pele com um grau de aquecimento nível 3 tanto para as pernas quanto para o tórax. Levei também um cachecol tipo "TUBO" que protege as orelhas, nariz e pescoço. Eu já havia comprado um par de luvas de montanha que suportou bem a temperatura das mãos até 7 graus em velocidade de cruzeiro (120km/h). Andando a pé ou em velocidades baixas de moto suportou até -4 graus na serra catarinense. Esse material eu adquiri na Decathlon, não foi em lojas específicas para motociclistas. Dependendo do frio eu acrescentava mais camadas de blusas segunda pele por baixo da jaqueta de motociclista. Foi assim que suportei o frio no local. Quanto aos equipamentos de filmagem, não possuo go pro, minha câmera de capacete é mais símples mas faz o mesmo papel.

Preparei o GPS da multilaser, atualizei mapas e transferi os mapas do google maps onde planejei a viagem, mas o GPS me pregou uma peça, pois ficava mais tempo com o visual da rota como se eu estivesse vendo de cima e com muito pouco detalhe da rota, levando-me a abandoná-lo durante a viagem. Como prevenção eu havia comprado uma capa dura para meu cel Samsung e adaptei ao painel da T-Max, fixei o cel no painel. Utilizei o app de mapas off-line do google. Foi minha salvação, pois funcionou muito bem e com uma precisão ótima, mostrando ainda radares e postos de gasolina durante toda a viagem. A única ressalva seria achar pontos para navegar, pois esses pontos são buscados on line. Portanto sempre antes de sair do hotel ainda com wi-fi eu fazia a procura e traçava a rota...depos disso ele navegava off-line se precisasse. Quando havia sinal de celular ele atualizava as informações do navegador automaticamente, mostrando o trânsito em cores. Utilizei o Cel para tirar fotos, filmar e navegar durante a viagem. O Cel também suporta água, onde na chuva não havia problema. Aliás peguei chuva apenas em um trecho da viagem entre Eldorado e Joinville. O restante foi com céu azul, neblinas pela manhã e muito frio. Esse foi o relato geral. Mais abaixo irei colocando os detalhes da viagem com fotos e vídeos para aqueles que desejarem fazer essa aventura de Motocicleta ou Scooter.
Primeiro dia, uma segunda-feira. Me programei para sair as 8 da manhã. Trecho Rio de Janeiro até Eldorado-SP, com rota já marcada no google maps. O GPS funcionou bem na saída do RJ, pois eu não coloquei o Cel no painel da T-Max por motivos óbvios...Não chamar atenção de assaltantes no RJ. Ao adentrar na DUTRA o GPS começou a mostrar informações precárias da rota como se estivesse sem um mapa detalhado e assim ficou durante toda a viagem, obrigando-me a navegar pelo aplicativo do Cel que funcionou muito bem por sinal. A T-Max já na subida da serra começou a apresentar um barulinho tipo “Grilo” já esperado por mim, devido a correia do CVT já desgastada, o que ocorreu durante toda a viagem. Eu tinha certeza que essa correia não iria me deixar na estrada porque ela é muito robusta. Foi só o incômodo do barulho mesmo. O percurso ocorreu conforme planejado, onde cheguei ao destino as 17:30. Na véspera da viagem liguei para o hotel em Eldorado para fazer a reserva, porém a moça informou-me que não seria necessário, pois de segunda a quinta ficava praticamente vazio. Chegando em Eldorado (790km), onde o acesso foi pela rodovia Regis Bittencourt, a temperatura estava em torno de 13 graus, baixando para 10 graus a noite. Tomei banho e descansei um pouco até umas 19hs, onde saí a pé para jantar em um restaurante próximo. Pedi uma pizza e para minha surpresa era meio gigante, então guardei a metade para a viagem do dia seguinte.
Acordei 6hs da manhã e tomei café as 6:30h já com a bagagem pronta para seguir viagem.

Sobre a arrumação minha bagagem, coloquei casacos, comida, ferramentas básicas, e diversos objetos necessários a uma viagem, como enchedor de pneus, macarrão para reparo de furos, fitas de lacre de diversos tamanhos, etc. Na minha mochila que iria debaixo do banco levei roupas e necessaire e pequenas coisas. A bagagem ficou bem arrumada e fácil de manejar. Levo em viagens apenas um bauleto de 50l. Tenho uma relação de materiais a levar em viagens de moto que me ajuda muito na hora de preparar a bagagem para a viagem. Imprimi planilhas de controle para marcar combustível, distancia, etc, porém percebi que esse trabalho de anotar os detalhes estava me estressando, então abandonei esse procedimento, visto que além do preparo da rota olhando o percurso no mapa do google eu ja´tenho o macete do abastecimento, como já comentei em outros relatos nesse blog, e procedimentos durante uma viagem de moto e notei também que o percurso planejado estava muito parecido com o real em questões de quilometragem e abastecimento. No dia seguinte antes de sair para a caverna do diabo (30 km de Eldorado) perguntei ao atendente do hotel como era a estrada após a caverna do diabo, caso eu desejasse seguir por essa estrada e interceptar a Regis B. mais a frente e a resposta foi que mais a frente seria estrada de terra, onde abortei tal procedimento porque tomaria muito mais tempo que o planejado e a T-Max não foi feita para percursos off-road. Faço percursos off-road com ela somente quando é estritamente necessário. O caminho até a caverna do diabo é todo asfaltado, porém há trechos mal conservados o que requer muita atenção. Uma curiosidade durante o percurso foi que eu sempre utilizo um óculos amarelo por baixo da viseira, pois além de clarear mais a visão ele fornece uma segunda proteção aos olhos. Nessa manhã não tive como usá-lo, pois a umidade estava muito alta e mal eu colocava os óculos ele embaçava. Como eu já estava todo equipado para o frio e chuva com luvas grossas resolvi colocar o óculos no bolso da capa de chuva e o vento me fez perdê-lo pelo caminho, pois não fechei o bolso adequadamente devido a grossura das luvas.
Cheguei no local da caverna debaixo de uma chuva fina e muito frio, em torno de 9 graus.
Meu roteiro estava previsto a visita pela manhã e após o almoço prosseguir para Joinville (teria que retornar uns 120km passando por eldorado até a Regis B., chegando ainda de dia. Começava a escurecer em torno de 18hs. Visitei a caverna com toda tranquilidade curti bastante o local, com muitas fotos e parei em uma mesa no parque e almocei a pizza da noite anterior com 1 litro de suco de laranja, pois fiquei com muita sede após a visita que dura em torno de 1:30h.
Para minha surpresa dentro da caverna estava entre 22 e 24 graus de temperatura e eu estava com uma roupa de frio bem densa onde fiquei com muito calor durante a visita. Chegando na parte de fora da caverna o frio intenso ficou extremamente agradável.


Após o pequeno almoço prossegui para Joinville (a 380km), onde na previsão do tempo havia boa possibilidade de chuvas o que ocorreu realmente. Cheguei em torno de 17:30 em Joinville sem hotel marcado. Percebi que estava havendo uma exposição de inverno na cidade, ocasionando lotação nos hotéis. Neste momento parei na entrada da cidade e abri o aplicativo “booking.com” e consegui uma reserva no mesmo momento com um preço razoável, onde o maps traçou a rota para o hotel sem problemas, me deixando na porta do estabelecimento. No caminho para Joinville, o percurso foi mais cruel desta vez com temperaturas entre 7 e 9 graus. As luvas não estavam mais segurando o frio nas mãos devido a velocidade da T-Max (120km/h). Nessa hora sonhei com um aquecimento de manetes. Já até comprei na Yamaha dos EUA, mas ainda não chegou. As roupas seguraram bem o frio. Fiz o mesmo ritual de sempre ao chegar em Joinville, com um banho merecido bem quentinho e depois tirei uma soneca para relaxar. A Noite consultei o maps e havia a sugestão de jantar em uma cantina italiana. Peguei a T-Max umas 9hs da noite, já bastante frio na cidade, em torno de 9 graus. A cantina italiana tinha aquecimento ambiente e a comida era muito boa. Embarquei num rodízio de massas muito bom e depois fui dormir para encarar o dia seguinte. No meu planejamento havia duas alternativas de caminho propositadamente tendo em vista o comportamento da previsão do tempo. Se o tempo estivesse ruim eu seguiria direto para URUBICI, chegando na cidade perto do meio dia. A tarde daria para visitar algum ponto turístico. Como o tempo estava muito bom (céu azul, o famoso “skyclear”, escolhi a segunda opção que era seguir para tubarão, em direção a Serra do Rio do Rastro, subindo a mesma e prosseguindo para URUBICI. O percurso daquele dia foi um presente de Deus, pois o clima estava espetacular, com céu azul, pouco vento e visibilidade acima de 10km. Perfeito para curtir o visual do caminho, que era meu principal objetivo na viagem. Fui então em direção a Tubarão, onde na chegada da cidade há uma ponte muito bonita que atravessa uma grande lagoa. A saída para a Serra do Rio do Rastro era numa curvinha bem acentuada e estava sem placas, onde somente o GPS indicava o caminho. Não acreditei que a entrada era ali e passei direto por uma extensa ponte que passava por um túnel e ao sair do outro lado o GPS indicou que eu deveria retornar e foi isso que fiz. Logo ao sair da estrada, achei um posto de gasolina e aproveitei para esticar as pernas e completar o tanque da T-Max. Os caras do posto ficaram admirando a scooter e falando sem parar de como estava frio lá em cima e também diversos assuntos ao mesmo tempo. Estranhei aquela vontade de falar tão desenfreada dos caras o que não me deixou relaxar como eu gostaria antes de prosseguir. Parei em Lauro Muller para eternizar com umas fotos próximas as placas turísticas indicativas da Serra do Rio do Rastro e aproveitei para relaxar um pouco antes de subir a serra.

Para minha sorte não estava tão frio a subida e fui parando em vários mirantes e observando os detalhes daquele lindo lugar. Observei em alguns trechos da subida que estava com gelo nas laterais da pista, então parei para tirar fotos diversas, inclusive com uma pedra de gelo na mão fruto do degelo na lateral da pista.


Finalmente cheguei no topo da serra, no mirante principal, onde é possível ter a vista de toda a estrada. Realmente um visual muito bonito. Havia vários turistas no local e muitos estavam de motocicleta. Aquele mirante possui uma boa infraestrutura com restaurantes e lojas de souvenir.

Peguei a T-Max e a levei para o outro lado do estacionamento onde eu queria tirar umas fotos da entrada de um hotel resort muito bonito.

Esse deslocamento no estacionamento eu fiz sem capacete, pois não andei nem 20 m para manobrar a Scooter para um local dentro do estacionamento um pouco mais calmo para que eu pudesse relaxar e comer algo. Para minha surpresa um policial rodoviário me interceptou informando que eu estava trafegando sem capacete e pediu documentos da moto e ficou procurando algum motivo para me extorquir dizendo que eu estava a 30 m da rodovia e que naquele espaço era jurisdição deles. Respirei fundo e deixei ele fazer o trabalho dele somente argumentei que ele deveria interpelar todos que estavam no estacionamento sem cinto de segurança nos carros e diversas motos na mesma condição que a minha, pois era um ESTACIONAMENTO E NÃO UMA RODOVIA. O cara só sossegou quando mostrei a identidade onde ele viu que não iria conseguir nada. Apaguei aquele aborrecimento da minha mente para não estragar o passeio. Continuei parado no mesmo lugar e fiz um lanche que estava levando no bagageiro e segui viagem. Chegando próximo a Urubici me deparei com uma placa indicativa da cachoeira do avencal, onde apontava para uma estrada de terra...embarquei na estradinha e rodei uns 4 km. Chegando lá havia uma taxa de 12 reais para entrar no local, taxa essa um pouco abusiva para o que o local proporcionava. A queda d`água realmente era bonita, havia um pequeno lago, uma tirolesa e uma lanchonete com souvenir. Visitei o local e registrei tudo.


Prossegui no caminho para Urubici. Mais a frente encontrei outra placa indicativa de ponto turístico, eram as inscrições rupestres, bem na beira da estrada.


Tirei umas fotos e andei mais um pouco a frente, onde parei no início da descida de uma pequena serra com a cidade de Urubici ao fundo do vale. Eu pensava que a cidade ficava na parte alta da montanha, mas ela fica em um vale entre as montanhas.
Fiquei em uma pousada na rua principal. Já estava bem frio no momento que cheguei, em torno de 10 graus. Ao entrar no quarto encontrei um aquecedor de ambiente, o que foi fundamental para a sobrevivência no quarto…
No dia seguinte acordei as 8hs para o café, onde olhando pela janela não se enxergava nada além de névoa. Eu sabia que o tempo abriria quando o sol esquentasse mais, que seria em torno de 10hs da manha. Meu roteiro inicial seria conhecer o morro da igreja, depois a serra do corvo branco. Para visitar o Morro da Igreja é necessário uma autorização e o local ficava bem perto de onde eu estava, no centro de Urubici. Ao chegar na T-Max percebi que a mesma estava com uma camada de gelo. O funcionário da pousada ofereceu-me uma toalha de rosto para enxugar a moto.
A temperatura estava -4 graus pela manhã. Peguei a autorização, vale ressaltar que foi bem rápido e só havia um casal na minha frente. O procedimento é assinar um livro de visitas e pegar uma pulseira de papel, sem custos.
A Pulseira foi entregue na guarita, na subida do morro da Igreja. Não havia fila para subir, pois fui um dos primeiros a chegar. Durante a subida ainda estava com uma névoa bem densa e uns trechos com gelo na pista ( a pista estava toda branca), mas felizmente subi sem escorregar, mas com muita cautela e movimentos bem suaves. O sol já estava esquentando e pouco antes de chegar no topo a névoa simplesmente sumiu e ficou aquele céu azul com visual acima de 10km, ótimo para contemplar toda a vista do local. Fiquei uns 40 min lá em cima e tirei muitas fotos. Na descida, em torno de 10:30 da manhã já havia uma fila de carros e motos para subir.








Próximo a guarita de controle já tem a entrada para a cachoeira véu da noiva, aquela que é uma pedra preta. Aproveitei e entrei na estrada de terra de acesso ao local. Não cobraram nada para acessar o local. Lá possui um local para lanchar e souvenirs e o acesso a queda d`água. Tem um banco de praça em frente a queda que é bem suave pela pedra. Fiquei uns 10 min parado no banco relaxando com o visual e o som da água escorrendo. Tirei umas fotos e fui embora.
No retorno curvei a direita na rodovia e fui em direção a Serra do Corvo Branco, que, pela placa, estava a 18km de distância. Faltando uns 7 km pra chegar a estrada asfaltada acabou e peguei mais um trecho off-road. Uns trechos da estrada estavam com muitas pedras soltas e grandes, mas passando com cuidado não tem problema. O local não possui infra para turistas. Fiz umas fotos e filmagens do local e peguei umas pedras porosas no canto das montanhas de recordação. Já era quase 1 da tarde e no retorno, já na reserva de combustível parei no posto de gasolina para completar o tanque e fazer um lanche.
Após uns 40 min parti para o centro de Urubici e parei no Sesc, local este que fornece informações turísticas do local. Fui checar se havia mais algum ponto turístico que não visitei. Me informaram que havia ainda o Morro Campestre e o santuário N.S de Lourdes e os demais locais só com carro 4x4 e guia turístico, onde percebi que meu passeio estava chegando no fim. Para acesso ao lugar eu teria que pegar outra estrada off-road com aproximados 14km. A moça informou que seria bom ir próximo ao por do sol para apreciar a paisagem. Como era meu penúltimo ponto a visitar e também não achei recomendável fazer um trecho desses a noite fui naquele mesmo momento visitar o local. Chegando lá paga-se uma taxa de 7 reais para acessar o ponto. É uma estrada de terra com condições severas de acesso com muitas pedras grandes e soltas, curvas bem fechadas e bastante íngreme. A menina informou que a subida em moto não seria aconselhável mas que era possível subir assim mesmo. Foi isso que fiz, resolvi encarar o terreno e prosseguir na subida. A T-Max sofreu bastante na subida e chacoalhava para todos os lados, dada a péssima condição da estradinha. Cheguei ao topo e percebi que havia ainda mais uns 900m de caminhada até o local. Valeu a pena todo o esforço, pois o visual é muito bonito lá de cima. Esse passeio durou quase 2 horas dada a dificuldade de acesso e a caminhada morro acima. Após a visita resolvi filmar a descida e acionei a câmera do capacete e a câmera do telefone. Desci o local com muita cautela para não cair com a Moto ladeira abaixo. Deu tudo certo no final.









Peguei a estrada de volta rumo a Urubici e passei pela placa da Gruta de N.S Lourdes e resolvi ir conhecer. O Local é muito bonito e silencioso, bom para meditar. Possui uma linda queda d´água com som relaxante e imagens da N.S Lourdes. Achei umas imagens parecidas com a N.S Aparecida. A infra do local contempla apenas banheiros simples. Não havia pessoas tomando conta do local, mas era muito bem cuidado. Esse foi o ultimo ponto a ser visitado.
SURPRESA NO RETORNO AS 6:30 DA MANHÃ...GELO NA PISTA...VOCÊ NUNCA ESTÁ SOZINHO...
Fui para a Pousada tomar um banho e descansar para o retorno que iniciaria no dia seguinte. O retorno foi programado para acontecer em dois dias, com 1 pernoite em São Paulo ou em Curitiba. Consultando a previsão do tempo, onde não haveria chuva durante o retorno e as condições da estrada a noite, onde eu pegaria as condições noturnas já na rodovia Pres. Dutra, resolvi tocar a viagem direto para o RJ, partindo de Urubici. Seriam 1350 km aproximadamente. Saindo as 7 da manhã a previsão de chegada seria em torno de 11 da noite. Na verdade cheguei as 00:30 devido a atrasos no percurso de descida da serra.
Acertei com o funcionário da Pousada para que o café da manhã acontecesse a partir das 6 da manhã, onde eu pretendia sair as 7. Tomei café as 6 em ponto e as 6:30 já estava me equipando para sair. A temperatura estava 1 grau, ainda estava escuro e com uma neblina bem densa. Saí devagar ainda aquecendo o motor da T-Max, mantendo 60 km/h. Esperava manter essa velocidade como máximo até as condições de visibilidade e temperatura melhorassem, pois logo que saí a temperatura já baixou para ZERO GRAU. Havia também a possibilidade de gelo na pista dada a temperatura marcada no termômetro da moto. Prossegui com a velocidade entre 60 e 40 na SC 282, onde, depois de uns 50 minutos rodando apareceu uma placa indicando risco de gelo na pista. Fui bem cauteloso e realmente passei por trechos com a pista branca, indicando gelo. Em determinada curva a uns 40 por hora o guidom da T-Max deu uma sambadinha de leve e em seguida, depois de uns 50m a T-Max tombou para a direita me largando sentado no asfalto...fiquei ali sentado como se fosse câmera lenta vendo a T-Max arrastando pelo chão com o painel aceso indo embora em direção ao outro lado da pista e fiquei pensando...tomara que ela não caia na ribanceira, pois seria um grande problema e eu não teria como prosseguir na viagem. Por sorte, contando com minha prudência em estar bem devagar a T-Max parou exatamente em cima da faixa divisória entre as duas pistas. Levantei-me com calma e observei em volta se estava vindo algum veículo e por sorte não vinha ninguém, fato esse observado pelo silêncio e escuro, pois ainda não havia amanhecido. A T-Max estava desligada, pois ela possui um sensor que desliga o motor em caso de queda. Olhei para as mãos e pernas, dei uma checada geral e não houve nenhum dano aparente nem nas roupas nem nas luvas e nenhuma dor no corpo. Aí eu pensei...ou eu morri ou não aconteceu nada mesmo...rsss.
Acionei o freio de mão da Scooter e sentei nela segurando o punho do guidom com a mão esquerda e o estribo lateral com a mão direita. Fui andando para trás com bastante cautela para não escorregar os pés no asfalto molhado e levantei a moto com uma certa facilidade, apesar de ela estar com uns 240kg. Ao erguer a moto percebi que havia esquecido de acionar o cavalete lateral do outro lado ai tive que dar a volta pela moto com bastante cuidado para não deixá-la tombar de novo. Quando subi na T-max, escutei um barulho de carro e vi fachos de farol...passou um carro ao meu lado devagar me observando e foi embora. Eu havia deixado a chave da moto ligada para manter a iluminação da mesma enquanto a levantava. Ao montar nela tentei dar a partida sem sucesso. Observei o botão vermelho corta-corrente, o painel aceso e o cavalete lateral recolhido indicando assim que a partida estava livre. Lembrei que no manual havia um aviso para que a chave fosse desligada e ligada novamente para que o sensor do “tombo” fosse resetado e assim o fiz. Em seguida a T-Max deu a partida normalmente. Prossegui no caminho redobrando toda cautela andando quase parando para não escorregar naquele trecho. Uns 500m depois um motociclista me ultrapassou em uma velocidade incompatível com as condições da pista, mantendo uns 100km/h acenando para mim com o braço esquerdo como se estivesse me chamando e mandando prosseguir. Em seguida ele entrou em uma curva para a direita e sumiu...Seria um anjo? Um fantasma gente boa? Sei lá, mas acho que nunca estamos sozinhos...Quando fiz a curva ele havia sumido totalmente da estrada. Continuei andando bem devagar e ao amanhecer o sol começou a esquentar ai eu comecei a manter pelo menos 60km/h. A SC 282 estava com o asfalto meio claro, onde eu fiquei na dúvida se estava congelado ou se era daquela cor mesmo. Mantive a cautela e a velocidade até acabar a serra. Perdi um bom tempo de viagem nessa velocidade, mas a segurança é muito mais importante para chegar inteiro em casa. Quando cheguei na BR 101 o clima estava melhor e consegui manter a velocidade de cruzeiro normal durante o resto da viagem. Só quando cheguei em casa que parei pra observar o estrago lateral da moto com o tombo. As luvas não apresentaram nenhum vestígio da queda, nem a calça e capacete. Observei uma ralada no protetor de canela da perna direita, na lateral da canela e do joelho. Esse equipamento de segurança eu sempre utilizo em viagens e valeu muito a pena estar com ele, pois protegeu bem minha perna. O estranho é que durante toda a viagem eu tomei cuidado em afivelar o cordão que aciona o airbag da jaqueta e somente neste trecho eu havia esquecido de colocar e foi justamente quando eu tombei. Fica o ensinamento aos amigos motociclistas, para nunca negligenciarem a segurança. Se eu não estivesse equipado adequadamente poderia ter encerrado a viagem ali mesmo. A jaqueta apresentou um desgaste na lateral direita próximo ao bolso, pois provavelmente aquela parte que amorteceu a queda e sofreu a ralada. Durante todo o percurso o GPS do celular indicava que eu chegaria em casa “quase” na sexta-feira, por volta das 00:30 de sábado e foi isso que aconteceu. Cheguei em casa inteiro e a T-Max com o protetor do escapamento totalmente ralado e a lateral direita próximo ao local de descanso do pé direito bastante ralado no plástico tipo friso, onde ao desmontar a peça para encomendar uma nova percebi que era um friso tipo protetor de quedas, facilmente substituível. Por sorte havia no estoque da concessionária yamaha ao valor de 125 reais cada lado. Comprei o par para ficar igual, pois em outra viagem, eu tombei para o lado esquerdo danificando parcialmente aquela mesma peça do lado esquerdo. Vide relato da viagem a são Thomé das Letras – MG...Peço sempre proteção ao meu anjo da guarda e rezo na saída e chegada. Com certeza meu anjo da guarda viajou comigo!
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